domingo, 9 de novembro de 2014

Hello Goodbye

É fato: manter um blog durante um ano desses não deu pra mim! Mas isso é um bom sinal, porque durante todo o tempo que eu não estava com algum projeto, estágio ou trabalho pra fazer eu estava viajando, indo em festas, festivais, pubs, fazendo almoços de domingo "em família" com os amigos, viajando mais um pouco e claro, planejando mais viagens. Não sei porque decidi escrever aqui hoje, assim do nada. Mas eu vim. Acho que foi porque ontem fiz minha primeira tatuagem, aqui no Reino Unido. Eu quis fazer aqui justamente pra guardar em mim toda essa experiencia vivida durante esse ano.
E isso me fez pensar sobre sobre como as coisas mudaram (e eu também). Hoje faltam exatos dois meses pra voltar pro Brasil, e eu quero, mas também não quero.. entendem?
Saudades da minha família linda, dos meus amigos lindos, de Floripa, das comidas deliciosas que só o Brasil tem... coxinha, quindim, churrasco, caipirinha, sushi delícia, x-tudo, frutos do mar, água de coco, pão de queijo, brigadeiro, farofa.. a lista não para! Muito em breve estarei engordando uns bons quilinhos pra matar toda essa saudade. Porque a temporada do fish and chips com pint de Guiness tá pra acabar, logo logo.
Deixo aqui uma última ideia, pensamento: façam intercambio. Viagem. Explorar o mundo é uma das melhores coisas da vida. E o quanto mais a gente vê, mais a gente quer ver. A curiosidade e a vontade de sair por ai desbravando novos lugares só cresce. Vão surgir muitas roubadas, perrengues, saudades.. Mas no fim, tudo vale a pena. E muito.

E fica aqui meu Flickr, que resume com imagens a minha jornada fora de casa: 14 paíeses até agora, três continentes, muitas cidades, muitas memórias, muitos amigos novos.
Obrigada a todos que fizeram parte desse ano maravilhoso. E que venham muitos mais!

"We shape our places and then our places shape us." W. Churchill





domingo, 27 de abril de 2014

England Trip - part 02

Sim, esse blog ainda existe! Se alguém lê ou não já é um mistério hahaha brincadeira, família e amigos que tem paciência pra isso sei que estão presentes. Mas o objetivo também é poder fuçar isso aqui daqui uns anos quando bater a saudade da época de intercambio.


Depois de exatos dois meses deu aquela vontade de escrever de novo pra contar mais sobre essa viagem. Já tiveram várias outras desde então, mas essa foi especial. Voltando no tempo, depois de Londres fomos pra uma das cidades mais fofas do UK: Oxford. Uma das, porque Cambridge e Bath também são a coisa mais querida.
Quando chegamos em Oxford o ônibus da National Express simplesmente parou no meio do centro e descemos,  perdidos mas no meio de várias construções históricas bem lindas pra já  formar a primeira impressão da cidade. Demos muita sorte porque o dia tava ótimo e com um baita sol, o que não é nem um pouco comum em fevereiro aqui. Ainda bem que agora já é abril e tá tudo maravilhoso, vantagens da primavera.


De mochilão e tudo, fomos andar pra descobrir onde estávamos e já chegamos na parte de fora da Bodleian Library. Por sorte, vimos um grupo com um guia que usava uma jaqueta escrito Free Walking Tour, e nos juntamos com o tour já começando mesmo. Esse foi primeiro free tour que fiz, depois desse vieram milhares, maioria deles na viagem do Easter Break que também está por vir pra cá. Eles são muito úteis pra conhecer a história da cidade e os lugares mais interessantes, e esses guias trabalham na base da gorjeta então no final o pessoal sempre da umas libras/euros/moeda local, mas fica a critério de cada um.
O guia sabia tudo sobre tudo da história de cada lugar, contou várias coisas e a maioria delas falava da rixa que eles têm com Cambridge ou dos autores e intelectuais famosos que viveram ou fizeram algo em Oxford. Entre eles, os aturores de Nárnia e Senhores dos Anéis!
Apesar de só termos passado o dia em Oxford já deu pra conhecer quase toda a cidade, fomos no University Museum of Natural History que tinha acabado de reabrir de uma limpeza no teto de vidro gigante. O que a gente não sabia, e que fui descobrir na segunda vez que fui pra Oxford, é que o Pitt Rivers Museum é um anexo do Natural History. Mas quando fomos era umas 16h então pensamos que não ia dar tempo de sair desse e ir pro outro, cabeções. Mas na verdade também queríamos ir no Ashmolean Museum of Art and Archaeology, mas pelo horário de funcionamento deles também não deu tempo. Mas na segunda vez que fui tive a oportunidade de ir nesse Ashmolean e ele é maravilhoso e muito grande.

                                                                        University Museum of Natural History

Oxford é um um mar de Colleges, então andando na rua a cada esquina tem uma universidade super antiga. Queriamos visitar uma delas por dentro, em específico aquela em que filmaram Harry Potter e a Pedra Filosofal, óbvio. Foi ai que aconteceu um pequena roubada, mas essa foi engraçada. Fomos pra Christ Church, a Igreja que faz parte do complexo da universidade, e fomos entrando pra ver como era e se achávamos a escadaria onde filmaram HP e também a sala de jantar comunal que usaram como cenário do filme. Quando estávamos na igreja começaram a chegar várias pessoas e ir sentando nos bancos.. e quando percebemos a gente  estava no meio de uma missa. Achamos um pouco de falta de respeito sair daí pensamos em ficar pra tentar explorar o lugar depois. E teve até coral, umas leituras e tudo, mas foi interessante pela experiência, já posso dizer que assisti uma missa onde filmaram HP hahaha
Depois de um bom tempo quando acabou a missa, finalmente achamos a tal escada, que é essa aqui no filme:
 minuto 1:25

A sala de jantar comunal já tava fechada, mas na segunda vez que fui consegui entrar. Nessa sala também tem o quadro com a “verdadeira” Alice do Alice in Wonderland, porque ninguém menos que o  Lewis Carroll estudou na Christ Church. A sala é linda, com as mesas compridonas todas montadas com os pratos, taças e talheres, e eles realmente jantam lá, isso sim que é restaurante universitário!
ainda espero a minha

Também fomos no Museum of the History of Science, o que tem o quadro original onde o Albert Einstein escreveu a teoria da relatividade, apenas. Além disso, tem várias nerdisses muito legais, claro. Ah, mas o quadro é bem pequeninho, não esperem um quadro negro gigante não. E almoçamos no White Horse pub que é mais ou menos perto desse museu, e muito bom, um dos melhores fish&chips  até agora.

muito cults

Fora isso tudo, andamos muito pela cidade aproveitando as horinhas de sol que fevereiro proporciona. Como era inverno o sol se punha (nunca sei se isso tá certo) as 16-17h, ao contrário de agora que fica claro até quase nove da noite. Então de noite fomos pra um pub de uns 400 anos, The Bear, bem pequeninho com aquela vibe de pub típico inglês. O nosso ônibus pra Manchester saia só uma da manhã, outro pequeno erro que cometemos, porque depois de um certo horário na Inglaterra não tem nada aberto além do McDonalds e as baladas. Então resolvemos aproveitar pra ir num cinema, o lugar mais propício pra passar algumas horas enquanto o bus não vinha. Assistimos The Akward Moment no ODEON Cinema, e achei super estranho as salas de cinema, primeiro que nos cinemas do UK nunca tem lugar marcado que nem no Brasil e segundo que os assentos eram muito baixos e eu com essa minha altura toda mal conseguia ver a tela. Ah, e tem lugares vips, que de vip não tem nada, só são os da frente mesmo. Depois ainda passamos no Mc e fomos pra bus station pra migrar pro nosso próximo destino. Lembrar só me fez ficar com ainda mais saudades, quero outra viagem assim!


E percebi que escrevi demais então vou parar por aqui, mas ainda tem Manchester, Liverpool e Nottingham por vir. Até os próximos capítulos!

Ah, dica: se forem passar o dia e estiverem com bagagem o hostel Oxford Backpackers oferece storage room por uns 4 pounds. 


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

England Trip - part 01

O post de hoje é o mais feliz até agora. Motivo? Meu namorado resolveu atravessar o Oceano Atlântico e vir do Canadá até aqui pra me visitar! Pra dois intercambistas do CsF morando em países bem distantes, algo desse tipo tem um valor muito grande.
Ta aí uma coisa que o intercambio proporciona: valorizar ainda mais aqueles que nós amamos. 

Felicidade define

Assim sendo, aproveitamos os doze dias que ele passou aqui pra viajar pela Inglaterra, o que foi ótimo, porém houveram pequenas roubadas pelo caminho, então vou aproveitar pra dar umas boas dicas pra quem quiser fazer um mochilão por ai.
A primeira cidade do roteiro foi Londres, ficamos lá três dias e conseguimos fazer bastante coisa apesar do nosso hostel não ser tão perto do centro da cidade. Ficamos no Blue Skies na Tulse Hill, que tem uma vibe legal por ter um pub junto com o hostel, mas a higiene do lugar é bem duvidosa, delicadamente falando. O banheiro foi a pior parte, mas o resto foi de boa. No primeiro dia depois de finalmente acharmos o hostel (confesso que nos perdemos), saímos pra ir na King’s Cross Station onde tem o famoso carrinho do Harry Potter na Plataforma 9 ¾. Como boa viciada em HP que sou não podia deixar de tirar a típica foto empurrando o carrinho indo pra Hogwarts, com direito a cachecol da Ravenclaw etc. Ah, não entrem na lojinha que tem do lado. Da vontade de levar TUDO!

Perdição

Depois disso demos uma voltinha da Piccadilly Circus que lembra uma Times Square só que mais legal (daquelas que nunca foi e já acha que sabe). Obs:. Lá foi filmado Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte I.
No segundo dia aproveitamos o tempinho tipicamente britânico chuvoso pra ir aos museus. O Natural History Museum é o mais lindo que já fui até hoje, e olha que nessa viagem tiveram MUITOS. A arquitetura do lugar é impressionante.Ah, e como a maioria dos museus da Inglaterra, a entrada é free, então aproveitem porque museus são uma fonte de cultura inigualável (falei bonito). Fomos na St. Paul’s Cathedral, maravilhosa e gigantesca e também visitamos o Museum of London, que como já diz o nome tem tudo sobre a história da cidade. A vontade era de ficar lendo tudo na exposição, mas infelizmente aqui os lugares fecham cedo então tivemos que migrar pra outra atração turística (um pub!) e aproveitamos pra comemorar o Valentine’s Day com as famosas pints britânicas e depois um jantar no pub do hostel.

Uma parte do Natural History Museum 

O terceiro dia deu bastante sol então corremos pra London Eye, já que moro na Inglaterra a quase dois meses tava na hora de ir. A sorte só não foi tão grande porque quando entramos na cabine da roda gigante as nuvens tomaram conta. E adivinha, foi só terminar o passeio que o sol voltou e o céu ficou azulzinho, achei bullying. Mas deu pra curtir a vista linda do mesmo jeito (bem acompanhada tudo fica ótimo). Passamos na Westminster Abbey, tiramos mais umas fotos clássicas no Big Ben e almoçamos no Mc mais badalado de todos de frente pra London Eye, nunca vi um tão lotado!

Pequena mudança de clima 

Depois de lá fomos pro museu de cera porque compramos tickets duplos pra London Eye + Madame Tussauds. Tem celebridades pra todos os gostos, de Emma Watson e Beyonce a Albert Einstein e Barack Obama. E como os bonecos são feitos em tamanho real da pra ver como alguns atores aparentam ser altos nos filmes só que na vida real são bem baixinhos, e olha que nem tenho moral pra falar de altura. O museu estava cheio de gente, e eu com a minha mania de falar português achando que ninguém por perto vai entender falei uma besteira (melhor não comentar) e por acaso tinham dois brasileiros do lado que riram e concordaram com o que eu falei. Momento avestruz com vontade de enfiar a cabeça num buraco, mas ok.

Abusados
Ele é feio mesmo.. 

No final das exposições ainda tinha um mini tour de terror, daqueles a pé em que os atores vão dando vários sustos, quase não gritei. E pra finalizar tinha um cinema 4D com uma animação dos personagens da Marvel.
Aproveitamos nosso último final de tarde em Londres pra ir na Tower Bridge, que como a maioria dos lugares de Londres já foi cenário de mil filmes. Saímos literalmente correndo do metro na Tower Hill pra pegar o por do sol na ponte, e valeu muito a pena, momento lindo. Demos a volta e fomos pra margem do Thames perto da ponte onde tem vários prédios super modernos e uns monumentos meio futurísticos e depois fomos mais uma vez pro Underground . No dia seguinte fizemos check out cedinho porque nosso bus saia às 8h pra Oxford. Essa e outras ficam pros ~próximos capítulos~ se não isso aqui vira uma bíblia!


E aqui vão as dicas:

01: Oyster Card. Faça um para andar pelo Underground e pelos ônibus, mas cuidado na hora de carregar. Pagar individual cada trecho das viagens sai caro então o mais válido é fazer um Day Travelcard, que é um preço fixo pra usar o metro/ônibus quanto quiser naquele dia. No Heathrow Airport um indiano que nos atendeu jurou que tinha isso do dia no Oyster, o que descobrimos depois que não era verdade. Colocamos uma quantia achando que seria pra quatro dias e no terceiro já tinha acabado porque estávamos pagando por cada trecho e não sabíamos. O certo seria um ticket separado (Day Travelcard) e não o dinheiro no Oyster.

02: Mantenha sempre o celular carregado e com internet funcionando, porque o google maps pode salvar vidas! Se for iPhone ou outro smartphone que acaba a bateria rápido o ideal é ter uma daquelas baterias portáteis, tinhamos uma e foi bem útil (quando a gente lembrava de carregar ela antes de sair, obviamente).

03: Planeje com antecedência. Fizemos o roteiro do que fazer em cada cidade meio por cima, só uma lista com os pontos turísticos e afins. O ideal é planejar por dia pra não perder tempo pensando ‘onde vamos hoje’?




PS:. Obrigada pela viagem maravilhosa. Me espera no Canadá!



segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Impressions

Depois de quase quatro semanas vivendo aqui, vim falar um pouquinho sobre as primeiras impressões sobre Nottingham, a universidade e a vida de intercambista. Spoiler alert: EU AMEI! Sério. Mas nem tudo são flores, então vamos começar com a chegada..
 A Nottingham Trent University tem diversos alojamentos pros estudantes espalhados pela cidade, a maioria deles no City Centre, onde fica o City Campus que tem diversos cursos incluindo o que eu faço, Architectural Technology. Porém, aqui vem a parte do nem tudo são flores porque não fui uma das sortudas que ficou pertinho da universidade e acabei morando quase na Escócia. Ok, mas fica a 25min de ônibus. Mas parando de reclamar de barriga cheia, o ônibus que faz esse trajeto city centre-accomodation é FREE!
Passado o baque inicial de se mudar pra um alojamento no qual tenho que dividir o banheiro com mais quatro pessoas, comecei a turistar pela cidade com todos os outros brasileiros. Nos primeiros dias andávamos em bando, parando em todas as lojas e almoçando juntos no mesmo restaurante. E a primeira impressão da cidade foi ótima. É tudo lindo, o transporte público realmente funciona, as calçadas são realmente calçadas (e não aquelas coisas que tem em muitas cidades do Brasil) e tem todo aquele ar europeu e histórico, com uma mistura de arquitetura clássica e contemporânea. E uma observação: as crianças aqui são lindas! Aqueles toquinhos de gente loirinhos de olhos azuis, vestidos SUPER BEM, sério, eles são muito estilosos. Nottingham é uma cidade com uns 300mil habitantes, então é pequena e grande ao mesmo tempo. Pequena porque da pra fazer tudo a pé pelo centro e arredores, o que é uma super vantagem pra nós estudantes dependentes de ônibus, mas também é grande porque é bem movimentada e cheia de ~atrativos~. Agora, sobre a Nottingham Trent University. Não tem como não amar, é isso. Vindo de uma universidade estadual com um campus bem pequeno como é o meu caso, andar pelos diversos prédios da NTU se torna um tour. Quando passei na frente de um dos prédios da universidade, no domingo logo depois que cheguei aqui, pensei “nossa, que igreja legal”, e mal sabia eu que aquele era o Arkwright, um dos prédios onde eu teria aula. 

 Arkwright

Hall do Newton building

Assim com a cidade, a uni é uma mistura de estilos arquitetônicos, com um pouquinho de Hogwarts. Então, na segunda-feira tivemos nosso primeiro dia com uma apresentação pra nós do Ciência sem Fronteiras, com direito a café, chás e afins. Depois eles nos levaram pra um tour pela universidade, onde eu ainda me perco atualmente. Não sei qual dos prédios eu gostei mais, então vou falar do mais novo e moderno que eles tem: a Students Union. O lugar onde o povo vai pra socializar, comer, tomar uns pints, ir pra academia, participar de societies, agendar viagens com a universiadade etc etc etc. Tem uma lojinha que vende de tudo, inclusive moletons lindos da NTU que pretendo comprar em breve. E uma coisa interessante: dentro da Students Union tem um nightclub com capacidade pra 2.400 pessoas. Sim. Além disso, ainda tem a parede de escalada onde os alunos podem praticar ou simplesmente aprender a escalar, a academia com diversos aparelhos (esteiras com tv!) e quadras de praticamente todos os esportes. Em cima de tudo isso tem o Byron, um alojamento. O mais novo e mais irado de todos, os brasileiros quase não invejam quando passam na frente dele e veem aquelas cozinhas lindas com móveis sob medida com vista pra Shakespeare Street.

Students Union

Um pouco do interior

E um pouquinho sobre os pontos turísticos da cidade, o primeiro que visitei foi o Nottingham Castle – Museum & Art Gallery. De 1067 o castelo faz parte da lenda do Robin Hood e uma história super conturbada como a maioria dos grandes castelos europeus. Outra coisa super legal são as cavernas, Nottingham é uma cidade com MUITAS delas, e no complexo do castelo fizemos uma visita guiada por um conjunto de cavernas da época medieval, todas escavadas pelo homem. E lá do lado tem o pub mais antigo da Inglaterra, o Ye Olde Trip To Jerusalem, de nada mais nada menos que 1189.

O pub bem novinho

Nottingham Caves

Isso foi só um pouquinho do que se passou aqui em três semanas, o resto – como a universidade organiza as aulas, de um jeito completamente diferente do Brasil, quais são os projetos, a vida no frio e clima tipicamente inglês, as comidas, festas, etc- fica pro próximo post.


See you!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Hey Beth!

CHEGUEI!

Tentando contrariar a teoria de que os blogs criam teias depois do primeiro mês de viagem, vim escrever na segunda semana, impressionada.
Pausa: as flatmates do andar de cima vieram convidar pra um Wine & Chocolate no sábado, que queridas!
Voltando uns doze dias atrás, eu ainda estava em Floripa, correndo pra terminar de arrumar as malas, saboreando o super almoço de despedida que a minha mãe fez (saudades comida bem temperada) e indo pro aeroporto. Como deve ter sido pra todo mundo que veio pra cá, foi muito difícil ir embora e se despedir da família. Os 365 dias que eu tinha pela frente longe deles parecia uma eternidade.

Quando finalmente entrei na sala de embarque, só com a minha mochila nas costas, descubro que o voo estava.. ATRASADO, é óbvio. Eu tinha só 2h55min de conexão em Garulhos e tinha que passar pela emigração e tudo, começou a bater um desespero de perder o voo, não poder passear por Londres e ainda ter que me virar pra ir pra Nottingham sozinha! Mas tive a sorte de sentar do lado de um cara super viajado no avião, que foi me explicando tudo sobre o aeroporto de Garulhos pra eu ir mais rápido até o portão de embarque. No fim ele acabou me levando até lá, super gente boa. Pra não perder o costume, o voo pra Londres também atrasou e a minha correria foi em vão. Depois de esperar sentada no chão, conversando e tomando um café gelado (último do ano, porque depois, tudo quente!) finalmente entrei no avião onde ficaria pelas próximas nove horas. Assisti um filme e consegui dormir bem pouco, mas não foi tão cansativo quanto achei que seria. Quando anunciaram que estavam preparando pra pousar meu coração quase pulou pela boca. Foi dando um nervosinho, só de leve.. Fui colocando os casacos pra preparar pros 7 graus lá de fora.
Junto com outra intercambista, fui pra imigração e fiquei na fila. Quando chegou a minha vez a primeira coisa que a mulher perguntou foi “How old are you?” e quando respondi ela ficou meio ok, duvido. Ai brinquei e disse que ela podia ver meu passaporte daí ela falou que devia ser falso (tipo, tenho 11 anos e fugi de casa né moça). Mas foi tudo brincadeira, só pra dar aquela emoção/pânico.

até aqui desconfiam da minha idade

Fomos pro transfer, um carro que alugamos pra nos levar até o hostel em que íamos ficar, porque valia muito mais a pena do que pegar um táxi. No caminho eu só pensava “meu deus, já tô aqui”. A primeira conversa em inglês não fluiu muito porque o motorista era indiano e parecia ter uma batata assada na boca, mas consegui me virar pra entender o que ele dizia. Chegamos no hostel, que por sinal eu recomendo, é o Safestay e fica no Elephant&Castle. Fiquei no quarto com duas brasileiras e um brasileiro. Logo o recepcionista já falou sobre uma festa e decidimos ir (sim, virados de esperas em aeroporto e uma viagem de avião bem longa).  Juntamos os intercambistas do Ciência sem Fronteiras lá nesse hostel, e pagamos 10 pounds pro cara levar a gente em três festas diferentes, achando que ele iria nos esperar em cada uma e que o ônibus era fretado pra levar e trazer a gente e tal. MAS, tivemos que pegar os ônibus normais (primeiro bus vermelhinho de dois andares, quase não gostei) e fomos pra primeira festa. Obs: os seguranças deixam entrar com a CNH do Brasil, mas não deixam com uma cópia autenticada do passaporte. Ah, e também não deixaram ficar com casaco na mão na pista de dança! Tipo, vaza. Aliás bem estranho ir pra festa toda encasacada.. Mas, aqui parece que as mulheres são geneticamente modificadas pra não sentir frio, porque não é de Deus aquilo. Cinco graus e as doidas de saia e regata. Sério.

Como não durou muito a primeira, decidimos não fazer essa “de festa em festa” e ficar em uma só, e ficamos em uma que tinham três pistas com tipos de música de diferente.
Mas o lindo do moço não esperou pra voltar pro hostel com a gente, então rolou um momento perdidos em Londres às quatro da manhã, mas deu tudo certo. Já valeu pra conhecer a cidade e adorar todos os lugares que eu via. Depois de poucas horas de sono merecido já estávamos fazendo check out e deixando as malas numa salinha do hostel pra turistar pela cidade. Apesar do famoso tempo nublado e chuvoso foi tudo lindo, saimos da estação de metrô e já demos de cara no Big Ben. Me senti dentro de um filme, mas vai ver é porque boa parte dos que já vi se passam lá..

coisa mais linda

Fizemos o Oyster Card pra andar mais facilmente nos metrôs e compramos ticket pra visita no Parlamento, e o guia foi contando a história de todos os reis e rainhas e tudo que já aconteceu ali. Com uma história tão rica como a do Reino Unido não é de se surpreender que eles fiquem com preguiça e não queiram estudar a do resto do mundo (o que é bem um pouco errado) e mal saberem qual a capital do Brasil.
Aliás, esses dias perguntaram se a gente falava espanhol.. momento decepção. E também, é obvio, perguntam sobre o Rio, se já fui pra lá e se a minha cidade fica perto . Eles com certeza acham que lá é a nossa capital. Mas não achando que a gente mora com macacos e anda pelado na rua já ta tudo ótimo.

tentando se proteger daquela chuva londrina


ainda tenho que ir ai!

Depois de andar pela cidade, tirar aquela foto clássica na cabine telefônica, ver a Westminster Abbey e ir em umas lojas (chocolate aqui é muito barato, socorro!) já tivemos que voltar pro hostel pra buscar as malas. De lá fomos pro Heathrow Airport de novo pra esperar os staffs da Nottingham Trent University nos buscar. Eles já estavam pontualmente lá, e por sinal não esperam nem cinco minutos porque deixaram um pessoal que se atrasou pra trás, mas pagaram o táxi pra eles irem até Notts. As duas moças que estavam lá levaram a gente pro ônibus e distribuíram uma gift bag da universidade, cheia de coisas dentro, desde guias, mapas, caderno, até comidinhas. Sai de Londres com vontade de voltar mil vezes lá e fui migrar pra minha futura/atual cidade: Nottingham. As experiências das primeiras semanas e as impressões sobre a região e a universidade (muito boas, diga-se de passagem) vão ficar pra próxima porque esse fuso horário ainda não ta fácil. 



Cheers!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Contagem regressiva

Fim de semestre e começo de férias. 
Essas duas coisas, uma de arrancar os cabelos e outra extremamente maravilhosa (porém corrida graças do CsF), conseguiram me manter muito ocupada então o blog ficou em segundo plano. Mas estou aqui porque quero contar as news!
Antes de qualquer coisa tenho que dizer... tenho a melhor família, melhores amigos e melhor namorado do mundo. Recentemente fiz uma festinha de despedida pros amigos daqui e tive uma surpresa muito legal: um vídeo cheio de fotos e momentos ao longo dos vários anos que passei junto com eles, foi uma mistura de vontade de morrer de rir e chorar ao mesmo tempo e acabei ficando com a primeira opção. Porque ver cada lembrança daquela foi ótimo, percebi como tenho sorte de ter cada um deles na minha vida. 
E meus pais, que vão fazer mais falta do que nunca, foram extremamente importantes pra eu ter conseguido passar por todo esse processo do CsF que não é nem um pouco simples. Sempre me ajudando, levando de um lado pro outro pra organizar os últimos detalhes da viagem, e claro, sempre dizendo que eu devia ficar mais em casa com eles! Apesar de “viver saindo” sei que vou sentir falta de um tempinho em casa depois, mas sério, essas férias tão bem corridas! Vou aproveitar então pra deixar aqui um agradecimento pra minha super organizadora de festas /companheira, minha mãe, que sempre consegue tornar os eventos possíveis de uma hora pra outra (vou sentir falta dos sushis, cookies, e todas as gostosuras que tu sempre faz!). E meu pai, sempre por dentro dos detalhes da viagem e tentando fazer com que um intercambio de um ano todo fora pareça um pouco mais fácil.

emocionada com todas as despedidas

Desculpem pessoas, pelo post longo! Mas agora falta MUITO pouco pra eu finalmente ir e quero deixar registrado aqui as últimas novidades antes da partida.

Agora, o tão temido VISTO!
Pra tirar o Tier 4 General Student precisamos de vários documentos. Um deles é a famosa Carta de Benefícios do CNPq, que adivinhem, demorou uma eternidade pra chegar pra mim. Eu via gente já marcando o visto, gente INDO FAZER O VISTO, e eu e mais milhares de panickers com esse documento faltando. Ah, panickers é o nome que deram ao grupo do Facebook de quem vai viajar em 2014 pro UK. Pra ver como nosso processo pro CsF foi tranquilo, claro. Então, quando a bendita carta chegou fui correndo marcar o visto e... Meu Deus, quase morri. Era um formulário enorme online, com diversas perguntas sobre custos e informções que muitos de nós não sabiam responder com precisão.
quando vi a quantidade de coisa pra fazer, tipo, pra ontem

Tinham exemplos de formulários do visto já preenchidos anteriormente, porém quando fui fazer o meu o site tinha sido reformulado! Ai  começou os mil inbox no Facebook pra saber o que cada um tava botando nas informações.  Surtos a parte, consegui fazer tudo que precisava. Ai foi só marcar a passagem de avião pro Rio e surtar esperar mais um pouco pra ir fazer. Marquei praquela mesma semana, queria fazer logo com medo de não chegar a tempo.
Dia 28 de Novembro às seis da manhã eu já estava me encaminhando pra decolar, sozinha, pra uma cidade que nunca tinha ido. Medo? Não, não pode porque vou fazer a mesma coisa daqui a pouco só que vai ser em outro país.. ok não pensa muito.
Cheguei no Rio com o que devia ser um tempo nublado mas que na verdade era um sol de rachar num dia lindo. Já troquei a calça jeans por um short (obrigada cérebro por lembrar de levar um na bolsa) e fui pegar um ônibus. Como eu tinha parado no aeroporto Galeão tive que pegar o tal do ônibus ‘frescão’ que vai até o centro da cidade. Porém o meu visto era só as 14:40 da tarde, e eram oito da manhã.. e agora o que fazer? Conversei com um senhor simpático e depois fui perguntando pro motorista onde parar e o que fazer (e ao mesmo tempo trocando mensagens no celular com meu pai) e acabei decidindo ir pro Pão de Açúcar. Tinha que conhecer a famosa cidade maravilha né! Depois de mais ou menos 1h30min parei num shopping e peguei um táxi até o Pão, mas como já tinha sido alertada que os taxistas lá podem ser bem sacanas já entrei e fui falando como se conhecesse o lugar (google maps me contou tudo). Cheguei lá e não tinha muita fila pra entrar, logo comprei o ingresso e peguei  o caminho aéreo pro Pão de Açucar, vulgo bondinho.  


Cheio dos gringos, o bondinho parou na Pedra da Urca. Lá de cima tem uma vista maravilhosa da cidade, e o dia ajudou pras fotos ficarem ótimas. Só pensava em como queria mais tempo de verão no Brasil olhando aquelas baías azuis e cheias de vegetação. Mas pensei, tá, isso aqui não é o Pão de Açucar.. e fui fuçando e vi que tinha outro bondinho dali, que esse sim ia pro Pão (cariocas rindo da minha cara no momento). Subi um pouco mais e a vista lá de cima também não deixou a desejar. 

dei sorte com esse dia de sol

Tirei tantas fotos quanto pude e peguei o caminho de volta, pois já eram umas 11:30 e a última coisa que eu queria era me atrasar. Peguei outro táxi pra voltar praquele mesmo shopping de antes e lá catei a praça de alimentação e fui ter um almoço saudável, Burger King.
Acabei pegando outro táxi pra ir até o prédio Argentina no Botafogo, e lá fiquei um bom tempo sentada numa espécie de praça entre restaurantes que tem embaixo do edifício. Aproveitei pra ler um pouquinho sobre a cultura do Reino Unido e finalmente pude subir, porque só podia entrar dez minutos antes do horário agendado. Cheguei lá com uma pasta com TODOS os documentos na bolsa (a qual não larguei por um segundo pensando no desastre que seria perder os docs) e uma segurança deu aquela revistada básica em mim, com detector de metal e afins.  Ela também me deu um chip da operadora Lycamobile pra já chegar no Reino Unido comunicável, adorei.
Entrei na sala do visto e tinham mais algumas pessoas do CsF, e fiquei lá esperando ser chamada. Primeiro entreguei todos os documentos orginais e as respectivas cópias e o moço foi conferindo as coisas. Tinha que colocar tudo num envelope de plástico onde tem que ser escrito o seu endereço, porque é por ali que todos os documentos chegarão de volta na sua casa, incluindo o passaporte já com o Visto. Ali também já paguei a taxa do Sedex, as fotos que ia tirar e as SMS que eles enviam dizendo a quantas anda o teu visto. Não paguei a taxa de urgência por motivos de: não sô obrigada! hahaha Mas sério, como tinha mais de um mês de folga não achei necessário, já que os vistos pra nós ficam prontos em 15 dias úteis. O carinha ficou tentando me persuadir a pedir a taxa dizendo que ‘os correios são bem cheios em dezembro’, mas naaaão né, a Dilma agiliza ai pra nós moço.
Ah, lembrem-se de levar tudo, passaporte novo e velho, formulário Appendix8 preenchido a mão mesmo que tenha gente que diga que não precisa com o novo site é melhor não arriscar, porque o cara ficou como meu lá.
Depois disso entrei em outra sala pra tirar as fotos  e deixar as minhas digitais lá, e depois disso, deu, cabou-se. Só que... eu tinha que voltar lá pro Galeão. E eu não sabia muito bem como e onde pegar o ônibus. Ai que veio uma parte um pouquinho tensa, mas dando spoiler, tudo se resolveu. Tive ajuda de um cearense/carioca simpático que me mostrou como pegar o ônibus e inclusive foi junto comigo num trecho da viagem, e consegui chegar ao meu destino. Só que ele mesmo me falou que eu não devia confiar tanto nas pessoas como eu estava fazendo ali porque o povo no Rio pode ser perigoso. Quase não morri de medo né. Mas eu precisava de ajuda e se ficasse lá parada com cara de tola sem perguntar nada pra ninguém não ia sair do lugar. Mas fica aí a dica, se forem sozinhos já vejam TUDO antes de ir, inclusive os horários de ônibus. Fiquei tão preocupada em chegar a tempo pro visto na ida que me esqueci da volta!

don't panick, just don't..

Bom, foi isso, nas semanas seguintes teve o fim do semestre, que é difícil em qualquer curso em especial na Arquitetura. Fiquei super preocupada que meu visto não chegasse a tempo e me achando ousada demais por não ter pedido a taxa de urgência, e ainda tinham várias coisas ainda pra resolver da viagem e junto com tudo isso meu exame final em Física. Confesso que estava bem nervosa, mas resolvi largar de mão e seja o que Deus quiser o visto e foquei nos estudos. No fim deu tudo certo, fiz a prova e passei nessa matéria (felicidades mil) e ainda o visto chegou dia 16; e na mesma semana o dinheiro da bolsa caiu na minha conta aqui do Brasil e o Dilmacard chegou!


Agora o próximo post será diretamente das terras britânicas,

Wish me luck! 

domingo, 10 de novembro de 2013

Thor, Visa and NTU

Fazer parte do programa Ciência sem Fronteiras é: saber esperar. E enquanto a carta de benefícios do governo não chega (aquela em que diz que eles vão te bancar$$), cinema com o namorado é a distração perfeita.  Depois de receber o Confirmation of Acceptance for Studies, o famoso CAS, número que a sua universidade providencia para provar que você tem um lugarzinho lá, temos que receber a tal carta de benefícios para dar entrada no visto Tier 4 General Student. Visto esse que pretendo fazer no Rio de Janeiro, já que só temos três opções: essa, São Paulo e Brasília. Como as duas últimas já conheço vou aproveitar pra conhecer a cidade maravilhosa que muitos estrangeiros pensam ser a capital do nosso país. Viajar pra mais um lugar só pra ficar com mais um pouquinho de saudade daqui quando estiver lá nos atuais 6 graus de Nottingham.  Mas antes tenho que conseguir esse visto pros britânicos não darem uma de Gandalf na imigração e mandarem um: You shall not pass!

From summer straight to..

winter!

Enquanto isso, o programa do dia foi assistir Thor: the Dark World. Que se passa.. em Londres! (ah, podem ter alguns spoilers daqui pra frente). De todas as batalhas, naves destruindo coisas e explosões, muitas se passam na capital do Reino Unido. Asgard, o reino do Thor e do irmão crazybitch Loki, entra em guerra com os elfos negros de Vanaheim pra tentar destruir o Éter, uma substancia com poderes obscuros que ia acabar com o mundo todo, as usual. Enfim, histórias da Marvel a parte, o cenário que mais chamou atenção foi Londres. Lá eles acabam com parte do The Old Royal Naval College, uma construção linda em Greenwich. E ainda, naves pousam no Rio Tamisa, o martelo do Thor faz um estrago no famoso Gherkin (o prédio-pepino) e até aquele cientista Erick, corre pelado pelo Stonehenge. E esse foi só mais um dos vários filmes que tem cenário nesses lugares, os quais mal posso esperar pra conhecer.  


E outra coisa que da ainda mais vontade de chegar lá logo (ou não, porque odeio sentir saudades, enfim..) é isso: 

NTU acabou sendo mesmo a melhor escolha, até agora não teve nada com o que se decepcionar. Não teremos essa fresher week logo de cara,já que ela acontece no meio do ano, quando começa o primeiro semestre lá. Porém, vamos ter uma recepção bem calorosa com samba e caipirinhas, sim isso mesmo!
"Evening of samba and Caiparinhas
To help them to get to know one another and familiarise themselves with those who can support them, the students were welcomed to NTU by Pro Vice-Chancellor Ann Priest and her team from our College of Architecture, Design and Built Environment. They hosted an evening of samba music, wine, canapés and something more familiar: Caiparinhas - a Brazilian cocktail."
Tirando a parte que teremos que ensinar que é 'caipirinhas' e não 'caiparinhas', essa universidade tá sabendo como fazer os brasileiros se sentirem a vontade.
See you soon!