É fato: manter um blog durante um ano desses não deu pra mim! Mas isso é um bom sinal, porque durante todo o tempo que eu não estava com algum projeto, estágio ou trabalho pra fazer eu estava viajando, indo em festas, festivais, pubs, fazendo almoços de domingo "em família" com os amigos, viajando mais um pouco e claro, planejando mais viagens. Não sei porque decidi escrever aqui hoje, assim do nada. Mas eu vim. Acho que foi porque ontem fiz minha primeira tatuagem, aqui no Reino Unido. Eu quis fazer aqui justamente pra guardar em mim toda essa experiencia vivida durante esse ano.
E isso me fez pensar sobre sobre como as coisas mudaram (e eu também). Hoje faltam exatos dois meses pra voltar pro Brasil, e eu quero, mas também não quero.. entendem?
Saudades da minha família linda, dos meus amigos lindos, de Floripa, das comidas deliciosas que só o Brasil tem... coxinha, quindim, churrasco, caipirinha, sushi delícia, x-tudo, frutos do mar, água de coco, pão de queijo, brigadeiro, farofa.. a lista não para! Muito em breve estarei engordando uns bons quilinhos pra matar toda essa saudade. Porque a temporada do fish and chips com pint de Guiness tá pra acabar, logo logo.
Deixo aqui uma última ideia, pensamento: façam intercambio. Viagem. Explorar o mundo é uma das melhores coisas da vida. E o quanto mais a gente vê, mais a gente quer ver. A curiosidade e a vontade de sair por ai desbravando novos lugares só cresce. Vão surgir muitas roubadas, perrengues, saudades.. Mas no fim, tudo vale a pena. E muito.
E fica aqui meu Flickr, que resume com imagens a minha jornada fora de casa: 14 paíeses até agora, três continentes, muitas cidades, muitas memórias, muitos amigos novos.
Obrigada a todos que fizeram parte desse ano maravilhoso. E que venham muitos mais!
Sim, esse blog ainda existe! Se alguém lê ou não já é um mistério hahaha
brincadeira, família e amigos que tem paciência pra isso sei que estão presentes.
Mas o objetivo também é poder fuçar isso aqui daqui uns anos quando bater a
saudade da época de intercambio.
Depois de exatos dois meses deu aquela vontade
de escrever de novo pra contar mais sobre essa viagem. Já tiveram várias outras
desde então, mas essa foi especial. Voltando no tempo, depois de Londres fomos
pra uma das cidades mais fofas do UK: Oxford. Uma das, porque Cambridge e Bath
também são a coisa mais querida.
Quando chegamos em Oxford o ônibus da National
Express simplesmente parou no meio do centro e descemos, perdidos mas no meio de várias construções
históricas bem lindas pra já formar a
primeira impressão da cidade. Demos muita sorte porque o dia tava ótimo e com
um baita sol, o que não é nem um pouco comum em fevereiro aqui. Ainda bem que
agora já é abril e tá tudo maravilhoso, vantagens da primavera.
De mochilão e tudo, fomos andar pra descobrir
onde estávamos e já chegamos na parte de fora da Bodleian Library. Por sorte,
vimos um grupo com um guia que usava uma jaqueta escrito Free Walking Tour, e
nos juntamos com o tour já começando mesmo. Esse foi primeiro free tour que
fiz, depois desse vieram milhares, maioria deles na viagem do Easter Break que
também está por vir pra cá. Eles são muito úteis pra conhecer a história da
cidade e os lugares mais interessantes, e esses guias trabalham na base da
gorjeta então no final o pessoal sempre da umas libras/euros/moeda local, mas
fica a critério de cada um.
O guia sabia tudo sobre tudo da história de
cada lugar, contou várias coisas e a maioria delas falava da rixa que eles têm
com Cambridge ou dos autores e intelectuais famosos que viveram ou fizeram algo
em Oxford. Entre eles, os aturores de Nárnia e Senhores dos Anéis!
Apesar de só termos passado o dia em Oxford já
deu pra conhecer quase toda a cidade, fomos no University Museum of Natural
History que tinha acabado de reabrir de uma limpeza no teto de vidro gigante. O
que a gente não sabia, e que fui descobrir na segunda vez que fui pra Oxford, é
que o Pitt Rivers Museum é um anexo do Natural History. Mas quando fomos era
umas 16h então pensamos que não ia dar tempo de sair desse e ir pro outro,
cabeções. Mas na verdade também queríamos ir no Ashmolean Museum of Art and
Archaeology, mas pelo horário de funcionamento deles também não deu tempo. Mas
na segunda vez que fui tive a oportunidade de ir nesse Ashmolean e ele é
maravilhoso e muito grande.
University Museum of Natural History
Oxford é um um mar de Colleges, então andando
na rua a cada esquina tem uma universidade super antiga. Queriamos visitar uma
delas por dentro, em específico aquela em que filmaram Harry Potter e a Pedra
Filosofal, óbvio. Foi ai que aconteceu um pequena roubada, mas essa foi
engraçada. Fomos pra Christ Church, a Igreja que faz parte do complexo da
universidade, e fomos entrando pra ver como era e se
achávamos a escadaria onde filmaram HP e também a sala de jantar comunal que
usaram como cenário do filme. Quando estávamos na igreja começaram a chegar
várias pessoas e ir sentando nos bancos.. e quando percebemos a gente estava no meio de uma missa. Achamos um pouco
de falta de respeito sair daí pensamos em ficar pra tentar explorar o lugar
depois. E teve até coral, umas leituras e tudo, mas foi interessante pela experiência,
já posso dizer que assisti uma missa onde filmaram HP hahaha
Depois de um bom tempo quando acabou a missa,
finalmente achamos a tal escada, que é essa aqui no filme:
minuto 1:25
A sala de jantar comunal já tava fechada, mas
na segunda vez que fui consegui entrar. Nessa sala também tem o quadro com a “verdadeira”
Alice do Alice in Wonderland, porque ninguém menos que o Lewis Carroll estudou na Christ Church. A sala
é linda, com as mesas compridonas todas montadas com os pratos, taças e
talheres, e eles realmente jantam lá, isso sim que é restaurante universitário!
ainda espero a minha
Também fomos no Museum of the History of
Science, o que tem o quadro original onde o Albert Einstein escreveu a teoria
da relatividade, apenas. Além disso, tem várias nerdisses muito legais, claro.
Ah, mas o quadro é bem pequeninho, não esperem um quadro negro gigante não. E
almoçamos no White Horse pub que é mais ou menos perto desse museu, e muito
bom, um dos melhores fish&chips até
agora.
muito cults
Fora isso tudo, andamos muito pela cidade
aproveitando as horinhas de sol que fevereiro proporciona. Como era inverno o
sol se punha (nunca sei se isso tá certo) as 16-17h, ao contrário de agora que
fica claro até quase nove da noite. Então de noite fomos pra um pub de uns 400
anos, The Bear, bem pequeninho com aquela vibe de pub típico inglês. O nosso
ônibus pra Manchester saia só uma da manhã, outro pequeno erro que cometemos,
porque depois de um certo horário na Inglaterra não tem nada aberto além do
McDonalds e as baladas. Então resolvemos aproveitar pra ir num cinema, o lugar
mais propício pra passar algumas horas enquanto o bus não vinha. Assistimos The
Akward Moment no ODEON Cinema, e achei super estranho as salas de cinema,
primeiro que nos cinemas do UK nunca tem lugar marcado que nem no Brasil e segundo
que os assentos eram muito baixos e eu com essa minha altura toda mal conseguia
ver a tela. Ah, e tem lugares vips, que de vip não tem nada, só são os da
frente mesmo. Depois ainda passamos no Mc e fomos pra bus station pra migrar
pro nosso próximo destino. Lembrar só me fez ficar com ainda mais
saudades, quero outra viagem assim!
E percebi que escrevi demais então vou parar
por aqui, mas ainda tem Manchester, Liverpool e Nottingham por vir. Até os
próximos capítulos!
Ah, dica: se forem passar o dia e estiverem com bagagem o hostel Oxford Backpackers oferece storage room por uns 4 pounds.
O post de hoje é o
mais feliz até agora. Motivo? Meu namorado resolveu atravessar o Oceano
Atlântico e vir do Canadá até aqui pra me visitar! Pra dois intercambistas do
CsF morando em países bem distantes, algo desse tipo tem um valor muito grande.
Ta aí uma coisa que o
intercambio proporciona: valorizar ainda mais aqueles que nós amamos.
Felicidade define
Assim sendo, aproveitamos os doze dias que ele
passou aqui pra viajar pela Inglaterra, o que foi ótimo, porém houveram pequenas roubadas pelo caminho, então vou aproveitar pra dar umas boas dicas pra quem quiser fazer um mochilão
por ai.
A primeira cidade do
roteiro foi Londres, ficamos lá três dias e conseguimos fazer bastante coisa
apesar do nosso hostel não ser tão perto do centro da cidade. Ficamos no Blue
Skies na Tulse Hill, que tem uma vibe legal por ter um pub junto com o hostel,
mas a higiene do lugar é bem duvidosa, delicadamente falando. O banheiro foi a
pior parte, mas o resto foi de boa. No primeiro dia depois de finalmente
acharmos o hostel (confesso que nos perdemos), saímos pra ir na King’s Cross
Station onde tem o famoso carrinho do Harry Potter na Plataforma 9 ¾. Como boa
viciada em HP que sou não podia deixar de tirar a típica foto empurrando o
carrinho indo pra Hogwarts, com direito a cachecol da Ravenclaw etc. Ah, não
entrem na lojinha que tem do lado. Da vontade de levar TUDO!
Perdição
Depois disso demos
uma voltinha da Piccadilly Circus que lembra uma Times Square só que mais legal
(daquelas que nunca foi e já acha que sabe). Obs:. Lá foi filmado Harry Potter
e as Relíquias da Morte Parte I.
No segundo dia aproveitamos
o tempinho tipicamente britânico chuvoso pra ir aos museus. O Natural History
Museum é o mais lindo que já fui até hoje, e olha que nessa viagem tiveram
MUITOS. A arquitetura do lugar é impressionante.Ah, e como a maioria dos museus da Inglaterra, a
entrada é free, então aproveitem porque museus são uma fonte de cultura inigualável (falei bonito). Fomos na St. Paul’s Cathedral, maravilhosa e
gigantesca e também visitamos o Museum of
London, que como já diz o nome tem tudo sobre a história da cidade. A vontade era de ficar lendo tudo na exposição, mas infelizmente aqui os lugares fecham cedo então tivemos
que migrar pra outra atração turística (um pub!) e aproveitamos pra comemorar o
Valentine’s Day com as famosas pints britânicas e depois um jantar no pub do hostel.
Uma parte do Natural History Museum
O terceiro dia deu
bastante sol então corremos pra London Eye, já que moro na Inglaterra a quase
dois meses tava na hora de ir. A sorte só não foi tão grande porque quando entramos
na cabine da roda gigante as nuvens tomaram conta. E adivinha, foi só terminar
o passeio que o sol voltou e o céu ficou azulzinho, achei bullying. Mas deu pra
curtir a vista linda do mesmo jeito (bem acompanhada tudo fica ótimo). Passamos
na Westminster Abbey, tiramos mais umas fotos clássicas no Big Ben e almoçamos
no Mc mais badalado de todos de frente pra London Eye, nunca vi um tão lotado!
Pequena mudança de clima
Depois de lá fomos
pro museu de cera porque compramos tickets duplos pra London Eye + Madame
Tussauds. Tem celebridades pra todos os gostos, de Emma Watson e Beyonce a
Albert Einstein e Barack Obama. E como os bonecos são feitos em tamanho real da
pra ver como alguns atores aparentam ser altos nos filmes só que na vida real
são bem baixinhos, e olha que nem tenho moral pra falar de altura. O museu estava
cheio de gente, e eu com a minha mania de falar português achando que ninguém
por perto vai entender falei uma besteira (melhor
não comentar) e por acaso tinham dois brasileiros do lado que riram e
concordaram com o que eu falei. Momento avestruz com vontade de enfiar a cabeça
num buraco, mas ok.
Abusados
Ele é feio mesmo..
No final das exposições ainda tinha um mini tour de terror,
daqueles a pé em que os atores vão dando vários sustos, quase não gritei. E pra
finalizar tinha um cinema 4D com uma animação dos personagens da Marvel.
Aproveitamos nosso
último final de tarde em Londres pra ir na Tower Bridge, que como a maioria dos
lugares de Londres já foi cenário de mil filmes. Saímos literalmente correndo
do metro na Tower Hill pra pegar o por do sol na ponte, e valeu muito a pena,
momento lindo. Demos a volta e fomos pra margem do Thames perto da ponte onde
tem vários prédios super modernos e uns monumentos meio futurísticos e depois
fomos mais uma vez pro Underground . No dia seguinte fizemos check out cedinho
porque nosso bus saia às 8h pra Oxford. Essa e outras ficam pros ~próximos
capítulos~ se não isso aqui vira uma bíblia!
E aqui vão as dicas:
01: Oyster Card. Faça um para andar pelo Underground e pelos ônibus, mas cuidado na hora de
carregar. Pagar individual cada trecho das viagens sai caro
então o mais válido é fazer um Day Travelcard, que é um preço fixo pra usar o
metro/ônibus quanto quiser naquele dia. No Heathrow Airport um indiano que nos atendeu
jurou que tinha isso do dia no Oyster, o que descobrimos depois que não era verdade.
Colocamos uma quantia achando que seria pra quatro dias e no terceiro já tinha
acabado porque estávamos pagando por cada trecho e não sabíamos. O certo seria um
ticket separado (Day Travelcard) e não o dinheiro no Oyster.
02: Mantenha sempre o celular carregado e com
internet funcionando, porque o google maps pode salvar vidas! Se for iPhone ou
outro smartphone que acaba a bateria rápido o ideal é ter uma daquelas baterias
portáteis, tinhamos uma e foi bem útil (quando a gente lembrava de
carregar ela antes de sair, obviamente).
03: Planeje com antecedência. Fizemos o roteiro do
que fazer em cada cidade meio por cima, só uma lista com os pontos turísticos e
afins. O ideal é planejar por dia pra não perder tempo pensando ‘onde vamos hoje’?
PS:. Obrigada pela viagem maravilhosa. Me espera no Canadá!
Depois de quase quatro semanas vivendo aqui,
vim falar um pouquinho sobre as primeiras impressões sobre Nottingham, a universidade e a vida de intercambista. Spoiler alert: EU AMEI!
Sério. Mas nem tudo são flores, então vamos começar com a chegada..
A Nottingham Trent University tem diversos
alojamentos pros estudantes espalhados pela cidade, a maioria deles no City
Centre, onde fica o City Campus que tem diversos cursos incluindo o que eu faço,
Architectural Technology. Porém, aqui vem a parte do nem tudo são flores porque não fui uma das sortudas que ficou
pertinho da universidade e acabei morando quase na Escócia. Ok, mas fica
a 25min de ônibus. Mas parando de reclamar de barriga cheia, o ônibus que faz
esse trajeto city centre-accomodation é FREE!
Passado o baque inicial de se mudar pra um
alojamento no qual tenho que dividir o banheiro com mais quatro pessoas, comecei
a turistar pela cidade com todos os outros brasileiros. Nos primeiros dias andávamos
em bando, parando em todas as lojas e almoçando juntos no mesmo restaurante. E
a primeira impressão da cidade foi ótima. É tudo lindo, o transporte público
realmente funciona, as calçadas são realmente calçadas (e não aquelas coisas
que tem em muitas cidades do Brasil) e tem todo aquele ar europeu e histórico,
com uma mistura de arquitetura clássica e contemporânea. E uma observação: as
crianças aqui são lindas! Aqueles toquinhos de gente loirinhos de olhos azuis,
vestidos SUPER BEM, sério, eles são muito estilosos. Nottingham é uma cidade
com uns 300mil habitantes, então é pequena e grande ao mesmo tempo. Pequena
porque da pra fazer tudo a pé pelo centro e arredores, o que é uma super
vantagem pra nós estudantes dependentes de ônibus, mas também é grande porque é
bem movimentada e cheia de ~atrativos~.
Agora, sobre a Nottingham Trent University. Não tem como não amar, é isso.
Vindo de uma universidade estadual com um campus bem pequeno como é o meu caso,
andar pelos diversos prédios da NTU se torna um tour. Quando passei na frente
de um dos prédios da universidade, no domingo logo depois que cheguei aqui,
pensei “nossa, que igreja legal”, e mal sabia eu que aquele era o Arkwright, um
dos prédios onde eu teria aula.
Arkwright
Hall do Newton building
Assim com a cidade, a uni é uma mistura de
estilos arquitetônicos, com um pouquinho de Hogwarts. Então, na segunda-feira tivemos
nosso primeiro dia com uma apresentação pra nós do Ciência sem Fronteiras,
com direito a café, chás e afins. Depois eles nos levaram pra um tour pela
universidade, onde eu ainda me perco atualmente. Não sei qual dos prédios eu gostei mais,
então vou falar do mais novo e moderno que eles tem: a Students Union. O lugar
onde o povo vai pra socializar, comer, tomar uns pints, ir pra academia, participar de societies,
agendar viagens com a universiadade etc etc etc. Tem uma lojinha que vende de
tudo, inclusive moletons lindos da NTU que pretendo comprar em breve. E uma coisa
interessante: dentro da Students Union tem um nightclub com capacidade pra
2.400 pessoas. Sim. Além disso, ainda tem a parede de escalada onde os alunos
podem praticar ou simplesmente aprender a escalar, a academia com diversos
aparelhos (esteiras com tv!) e quadras de praticamente todos os esportes. Em
cima de tudo isso tem o Byron, um alojamento. O mais novo e mais irado de
todos, os brasileiros quase não invejam quando passam na frente dele e veem aquelas cozinhas lindas com móveis sob medida com vista pra Shakespeare Street.
Students Union
Um pouco do interior
E um pouquinho sobre os pontos turísticos da
cidade, o primeiro que visitei foi o Nottingham Castle – Museum & Art Gallery.
De 1067 o castelo faz parte da lenda do Robin Hood e uma história super
conturbada como a maioria dos grandes castelos europeus. Outra coisa super
legal são as cavernas, Nottingham é uma cidade com MUITAS delas, e no complexo
do castelo fizemos uma visita guiada por um conjunto de cavernas da época
medieval, todas escavadas pelo homem. E lá do lado tem o pub mais antigo da Inglaterra, o Ye Olde Trip To Jerusalem, de nada mais nada menos que 1189.
O pub bem novinho
Nottingham Caves
Isso foi só um pouquinho do que se passou aqui
em três semanas, o resto – como a universidade organiza as aulas, de um jeito
completamente diferente do Brasil, quais são os projetos, a vida no frio e
clima tipicamente inglês, as comidas, festas, etc- fica pro próximo post.
Tentando
contrariar a teoria de que os blogs criam teias depois do primeiro mês de
viagem, vim escrever na segunda semana, impressionada.
Pausa: as flatmates do
andar de cima vieram convidar pra um Wine & Chocolate no sábado, que
queridas!
Voltando uns doze dias atrás, eu ainda estava em Floripa, correndo pra
terminar de arrumar as malas, saboreando o super almoço de despedida que a minha
mãe fez (saudades comida bem temperada) e indo pro aeroporto. Como deve ter sido pra todo mundo que veio pra
cá, foi muito difícil ir embora e se despedir da família. Os 365 dias que eu
tinha pela frente longe deles parecia uma eternidade.
Quando finalmente entrei na sala de embarque, só com a minha mochila nas
costas, descubro que o voo estava.. ATRASADO, é óbvio. Eu tinha só 2h55min de
conexão em Garulhos e tinha que passar pela emigração e tudo, começou a bater
um desespero de perder o voo, não poder passear por Londres e ainda ter que me
virar pra ir pra Nottingham sozinha! Mas tive a sorte de sentar do lado de um
cara super viajado no avião, que foi me explicando tudo sobre o aeroporto de
Garulhos pra eu ir mais rápido até o portão de embarque. No fim ele acabou me
levando até lá, super gente boa. Pra não perder o costume, o voo pra Londres
também atrasou e a minha correria foi em vão. Depois de esperar sentada no
chão, conversando e tomando um café gelado (último do ano, porque depois, tudo
quente!) finalmente entrei no avião onde ficaria pelas próximas nove horas.
Assisti um filme e consegui dormir bem pouco, mas não foi tão cansativo quanto
achei que seria. Quando anunciaram que estavam preparando pra pousar meu
coração quase pulou pela boca. Foi dando um nervosinho, só de leve.. Fui colocando os casacos pra preparar pros 7 graus lá de fora.
Junto com outra intercambista, fui pra imigração e fiquei na fila.
Quando chegou a minha vez a primeira coisa que a mulher perguntou foi “How old
are you?” e quando respondi ela ficou meio ok,
duvido. Ai brinquei e disse que ela podia ver meu passaporte daí ela falou
que devia ser falso (tipo, tenho 11 anos e fugi de casa né moça). Mas foi tudo
brincadeira, só pra dar aquela emoção/pânico.
até aqui desconfiam da minha idade
Fomos pro transfer, um carro que alugamos pra nos levar até o hostel em
que íamos ficar, porque valia muito mais a pena do que pegar um táxi. No
caminho eu só pensava “meu deus, já tô aqui”. A primeira conversa em inglês não
fluiu muito porque o motorista era indiano e parecia ter uma batata assada na
boca, mas consegui me virar pra entender o que ele dizia. Chegamos no hostel,
que por sinal eu recomendo, é o Safestay e fica no Elephant&Castle. Fiquei
no quarto com duas brasileiras e um brasileiro. Logo o recepcionista já falou
sobre uma festa e decidimos ir (sim, virados de esperas em aeroporto e uma viagem
de avião bem longa). Juntamos os
intercambistas do Ciência sem Fronteiras lá nesse hostel, e pagamos 10 pounds
pro cara levar a gente em três festas diferentes, achando que ele iria nos esperar em cada uma e que o ônibus era fretado pra levar e trazer a gente e
tal. MAS, tivemos que pegar os ônibus normais (primeiro bus vermelhinho de dois
andares, quase não gostei) e fomos pra primeira festa. Obs: os seguranças
deixam entrar com a CNH do Brasil, mas não deixam com uma cópia autenticada do
passaporte. Ah, e também não deixaram ficar com casaco na mão na pista de
dança! Tipo, vaza. Aliás bem estranho
ir pra festa toda encasacada.. Mas, aqui parece que as mulheres são geneticamente
modificadas pra não sentir frio, porque não é de Deus aquilo. Cinco graus e as
doidas de saia e regata. Sério.
Como não durou muito a primeira, decidimos
não fazer essa “de festa em festa” e ficar em uma só, e ficamos em uma que
tinham três pistas com tipos de música de diferente.
Mas o lindo do moço não esperou
pra voltar pro hostel com a gente, então rolou um momento perdidos em Londres às quatro da manhã, mas deu tudo certo. Já
valeu pra conhecer a cidade e adorar todos os lugares que eu via. Depois de
poucas horas de sono merecido já estávamos fazendo check out e deixando as
malas numa salinha do hostel pra turistar pela cidade. Apesar do famoso tempo
nublado e chuvoso foi tudo lindo, saimos da estação de metrô e já demos de cara
no Big Ben. Me senti dentro de um filme, mas vai ver é porque boa parte dos que
já vi se passam lá..
coisa mais linda
Fizemos o Oyster Card pra andar mais facilmente nos metrôs e compramos ticket pra visita no Parlamento, e o guia foi contando a
história de todos os reis e rainhas e tudo que já aconteceu ali. Com uma história tão rica como a do Reino Unido não é de se surpreender que eles fiquem com preguiça e não queiram estudar a do resto do mundo (o que é bem um pouco errado) e mal saberem qual a capital do Brasil.
Aliás, esses dias
perguntaram se a gente falava espanhol.. momento decepção. E também, é obvio,
perguntam sobre o Rio, se já fui pra lá e se a minha cidade fica perto . Eles com certeza acham que lá é a nossa capital. Mas não achando que a
gente mora com macacos e anda pelado na rua já ta tudo ótimo.
tentando se proteger daquela chuva londrina
ainda tenho que ir ai!
Depois de andar pela cidade, tirar aquela foto clássica na cabine
telefônica, ver a Westminster Abbey e ir em umas lojas (chocolate aqui é muito
barato, socorro!) já tivemos que voltar pro hostel pra buscar as malas. De lá
fomos pro Heathrow Airport de novo pra esperar os staffs da Nottingham Trent
University nos buscar. Eles já estavam pontualmente lá, e por sinal não esperam
nem cinco minutos porque deixaram um pessoal que se atrasou pra trás, mas pagaram o táxi pra eles irem até Notts. As duas
moças que estavam lá levaram a gente pro ônibus e distribuíram uma gift bag da
universidade, cheia de coisas dentro, desde guias, mapas, caderno, até
comidinhas. Sai de Londres com vontade de voltar mil vezes lá e fui migrar pra minha futura/atual cidade: Nottingham. As experiências das
primeiras semanas e as impressões sobre a região e a universidade (muito boas, diga-se de
passagem) vão ficar pra próxima porque esse fuso horário ainda não ta fácil.