segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Impressions

Depois de quase quatro semanas vivendo aqui, vim falar um pouquinho sobre as primeiras impressões sobre Nottingham, a universidade e a vida de intercambista. Spoiler alert: EU AMEI! Sério. Mas nem tudo são flores, então vamos começar com a chegada..
 A Nottingham Trent University tem diversos alojamentos pros estudantes espalhados pela cidade, a maioria deles no City Centre, onde fica o City Campus que tem diversos cursos incluindo o que eu faço, Architectural Technology. Porém, aqui vem a parte do nem tudo são flores porque não fui uma das sortudas que ficou pertinho da universidade e acabei morando quase na Escócia. Ok, mas fica a 25min de ônibus. Mas parando de reclamar de barriga cheia, o ônibus que faz esse trajeto city centre-accomodation é FREE!
Passado o baque inicial de se mudar pra um alojamento no qual tenho que dividir o banheiro com mais quatro pessoas, comecei a turistar pela cidade com todos os outros brasileiros. Nos primeiros dias andávamos em bando, parando em todas as lojas e almoçando juntos no mesmo restaurante. E a primeira impressão da cidade foi ótima. É tudo lindo, o transporte público realmente funciona, as calçadas são realmente calçadas (e não aquelas coisas que tem em muitas cidades do Brasil) e tem todo aquele ar europeu e histórico, com uma mistura de arquitetura clássica e contemporânea. E uma observação: as crianças aqui são lindas! Aqueles toquinhos de gente loirinhos de olhos azuis, vestidos SUPER BEM, sério, eles são muito estilosos. Nottingham é uma cidade com uns 300mil habitantes, então é pequena e grande ao mesmo tempo. Pequena porque da pra fazer tudo a pé pelo centro e arredores, o que é uma super vantagem pra nós estudantes dependentes de ônibus, mas também é grande porque é bem movimentada e cheia de ~atrativos~. Agora, sobre a Nottingham Trent University. Não tem como não amar, é isso. Vindo de uma universidade estadual com um campus bem pequeno como é o meu caso, andar pelos diversos prédios da NTU se torna um tour. Quando passei na frente de um dos prédios da universidade, no domingo logo depois que cheguei aqui, pensei “nossa, que igreja legal”, e mal sabia eu que aquele era o Arkwright, um dos prédios onde eu teria aula. 

 Arkwright

Hall do Newton building

Assim com a cidade, a uni é uma mistura de estilos arquitetônicos, com um pouquinho de Hogwarts. Então, na segunda-feira tivemos nosso primeiro dia com uma apresentação pra nós do Ciência sem Fronteiras, com direito a café, chás e afins. Depois eles nos levaram pra um tour pela universidade, onde eu ainda me perco atualmente. Não sei qual dos prédios eu gostei mais, então vou falar do mais novo e moderno que eles tem: a Students Union. O lugar onde o povo vai pra socializar, comer, tomar uns pints, ir pra academia, participar de societies, agendar viagens com a universiadade etc etc etc. Tem uma lojinha que vende de tudo, inclusive moletons lindos da NTU que pretendo comprar em breve. E uma coisa interessante: dentro da Students Union tem um nightclub com capacidade pra 2.400 pessoas. Sim. Além disso, ainda tem a parede de escalada onde os alunos podem praticar ou simplesmente aprender a escalar, a academia com diversos aparelhos (esteiras com tv!) e quadras de praticamente todos os esportes. Em cima de tudo isso tem o Byron, um alojamento. O mais novo e mais irado de todos, os brasileiros quase não invejam quando passam na frente dele e veem aquelas cozinhas lindas com móveis sob medida com vista pra Shakespeare Street.

Students Union

Um pouco do interior

E um pouquinho sobre os pontos turísticos da cidade, o primeiro que visitei foi o Nottingham Castle – Museum & Art Gallery. De 1067 o castelo faz parte da lenda do Robin Hood e uma história super conturbada como a maioria dos grandes castelos europeus. Outra coisa super legal são as cavernas, Nottingham é uma cidade com MUITAS delas, e no complexo do castelo fizemos uma visita guiada por um conjunto de cavernas da época medieval, todas escavadas pelo homem. E lá do lado tem o pub mais antigo da Inglaterra, o Ye Olde Trip To Jerusalem, de nada mais nada menos que 1189.

O pub bem novinho

Nottingham Caves

Isso foi só um pouquinho do que se passou aqui em três semanas, o resto – como a universidade organiza as aulas, de um jeito completamente diferente do Brasil, quais são os projetos, a vida no frio e clima tipicamente inglês, as comidas, festas, etc- fica pro próximo post.


See you!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Hey Beth!

CHEGUEI!

Tentando contrariar a teoria de que os blogs criam teias depois do primeiro mês de viagem, vim escrever na segunda semana, impressionada.
Pausa: as flatmates do andar de cima vieram convidar pra um Wine & Chocolate no sábado, que queridas!
Voltando uns doze dias atrás, eu ainda estava em Floripa, correndo pra terminar de arrumar as malas, saboreando o super almoço de despedida que a minha mãe fez (saudades comida bem temperada) e indo pro aeroporto. Como deve ter sido pra todo mundo que veio pra cá, foi muito difícil ir embora e se despedir da família. Os 365 dias que eu tinha pela frente longe deles parecia uma eternidade.

Quando finalmente entrei na sala de embarque, só com a minha mochila nas costas, descubro que o voo estava.. ATRASADO, é óbvio. Eu tinha só 2h55min de conexão em Garulhos e tinha que passar pela emigração e tudo, começou a bater um desespero de perder o voo, não poder passear por Londres e ainda ter que me virar pra ir pra Nottingham sozinha! Mas tive a sorte de sentar do lado de um cara super viajado no avião, que foi me explicando tudo sobre o aeroporto de Garulhos pra eu ir mais rápido até o portão de embarque. No fim ele acabou me levando até lá, super gente boa. Pra não perder o costume, o voo pra Londres também atrasou e a minha correria foi em vão. Depois de esperar sentada no chão, conversando e tomando um café gelado (último do ano, porque depois, tudo quente!) finalmente entrei no avião onde ficaria pelas próximas nove horas. Assisti um filme e consegui dormir bem pouco, mas não foi tão cansativo quanto achei que seria. Quando anunciaram que estavam preparando pra pousar meu coração quase pulou pela boca. Foi dando um nervosinho, só de leve.. Fui colocando os casacos pra preparar pros 7 graus lá de fora.
Junto com outra intercambista, fui pra imigração e fiquei na fila. Quando chegou a minha vez a primeira coisa que a mulher perguntou foi “How old are you?” e quando respondi ela ficou meio ok, duvido. Ai brinquei e disse que ela podia ver meu passaporte daí ela falou que devia ser falso (tipo, tenho 11 anos e fugi de casa né moça). Mas foi tudo brincadeira, só pra dar aquela emoção/pânico.

até aqui desconfiam da minha idade

Fomos pro transfer, um carro que alugamos pra nos levar até o hostel em que íamos ficar, porque valia muito mais a pena do que pegar um táxi. No caminho eu só pensava “meu deus, já tô aqui”. A primeira conversa em inglês não fluiu muito porque o motorista era indiano e parecia ter uma batata assada na boca, mas consegui me virar pra entender o que ele dizia. Chegamos no hostel, que por sinal eu recomendo, é o Safestay e fica no Elephant&Castle. Fiquei no quarto com duas brasileiras e um brasileiro. Logo o recepcionista já falou sobre uma festa e decidimos ir (sim, virados de esperas em aeroporto e uma viagem de avião bem longa).  Juntamos os intercambistas do Ciência sem Fronteiras lá nesse hostel, e pagamos 10 pounds pro cara levar a gente em três festas diferentes, achando que ele iria nos esperar em cada uma e que o ônibus era fretado pra levar e trazer a gente e tal. MAS, tivemos que pegar os ônibus normais (primeiro bus vermelhinho de dois andares, quase não gostei) e fomos pra primeira festa. Obs: os seguranças deixam entrar com a CNH do Brasil, mas não deixam com uma cópia autenticada do passaporte. Ah, e também não deixaram ficar com casaco na mão na pista de dança! Tipo, vaza. Aliás bem estranho ir pra festa toda encasacada.. Mas, aqui parece que as mulheres são geneticamente modificadas pra não sentir frio, porque não é de Deus aquilo. Cinco graus e as doidas de saia e regata. Sério.

Como não durou muito a primeira, decidimos não fazer essa “de festa em festa” e ficar em uma só, e ficamos em uma que tinham três pistas com tipos de música de diferente.
Mas o lindo do moço não esperou pra voltar pro hostel com a gente, então rolou um momento perdidos em Londres às quatro da manhã, mas deu tudo certo. Já valeu pra conhecer a cidade e adorar todos os lugares que eu via. Depois de poucas horas de sono merecido já estávamos fazendo check out e deixando as malas numa salinha do hostel pra turistar pela cidade. Apesar do famoso tempo nublado e chuvoso foi tudo lindo, saimos da estação de metrô e já demos de cara no Big Ben. Me senti dentro de um filme, mas vai ver é porque boa parte dos que já vi se passam lá..

coisa mais linda

Fizemos o Oyster Card pra andar mais facilmente nos metrôs e compramos ticket pra visita no Parlamento, e o guia foi contando a história de todos os reis e rainhas e tudo que já aconteceu ali. Com uma história tão rica como a do Reino Unido não é de se surpreender que eles fiquem com preguiça e não queiram estudar a do resto do mundo (o que é bem um pouco errado) e mal saberem qual a capital do Brasil.
Aliás, esses dias perguntaram se a gente falava espanhol.. momento decepção. E também, é obvio, perguntam sobre o Rio, se já fui pra lá e se a minha cidade fica perto . Eles com certeza acham que lá é a nossa capital. Mas não achando que a gente mora com macacos e anda pelado na rua já ta tudo ótimo.

tentando se proteger daquela chuva londrina


ainda tenho que ir ai!

Depois de andar pela cidade, tirar aquela foto clássica na cabine telefônica, ver a Westminster Abbey e ir em umas lojas (chocolate aqui é muito barato, socorro!) já tivemos que voltar pro hostel pra buscar as malas. De lá fomos pro Heathrow Airport de novo pra esperar os staffs da Nottingham Trent University nos buscar. Eles já estavam pontualmente lá, e por sinal não esperam nem cinco minutos porque deixaram um pessoal que se atrasou pra trás, mas pagaram o táxi pra eles irem até Notts. As duas moças que estavam lá levaram a gente pro ônibus e distribuíram uma gift bag da universidade, cheia de coisas dentro, desde guias, mapas, caderno, até comidinhas. Sai de Londres com vontade de voltar mil vezes lá e fui migrar pra minha futura/atual cidade: Nottingham. As experiências das primeiras semanas e as impressões sobre a região e a universidade (muito boas, diga-se de passagem) vão ficar pra próxima porque esse fuso horário ainda não ta fácil. 



Cheers!